terça-feira, 4 de agosto de 2009

Dia 00

Para acompanhar melhor esta série recomendo a leitura do Prólogo.

Pra variar, uma fuga...

Saí do Rio para Miguel Pereira praticamente fugida. Mandei diversos emails bombásticos para clientes avisando que saía de viagem durante dez dias sem telefone nem internet na madrugada anterior, lindo! Fui de ônibus e no embarque já percebi uma movimentação de pessoas que pareciam também ir para o curso (almofadas e mais almofadas...), algumas se cumprimentavam com grande alegria, como se estivessem se reencontrando. Todos começavam a se comunicar e combinar de rachar o táxi da rodoviária de Miguel Pereira para o centro de meditação. Como também tinha interesse resolvi me comunicar, apesar de que só pensava no conselho do Sebastian de que era melhor fazer o curso inteiro como se você estivesse completamente sozinho, não prestando muita atenção aos outros em volta. De alguma forma eu já estava numa espécie de onda estranha desde que tinha colocado o pé para fora de casa...

Quando entrei no ônibus uma moça que sentou na minha frente começou a puxar assunto dizendo que havia conhecido o curso por uma reportagem numa revista e me fazia algumas perguntas, ao que eu respondia monossilabicamente. Lá adiante, no dia 10, quando pudemos voltar a falar, estava conversando com ela num grupo e ela ficou me zoando, dizendo a todos que eu já estava no maior "clima" do Nobre Silêncio no ônibus.

Só pra constar, apesar de linda, morro de medo da serra que leva a Miguel Pereira, e sei que não sou só eu :) A estrada não é dupla e é cheia de abismos estranhos... Uiii...

Chegando na rodoviária de Miguel Pereira, não conseguimos almoçar, e no caminho que levava ao centro de meditação um participante que foi no mesmo taxi (fomos 4) ficava olhando desesperado para os lados procurando algum lugar pra comer. Ele não havia almoçado, iria fazer o segundo curso e começou a instalar o pânico em todos que estavam no taxi dizendo que não tinha comida no centro. Conseguiu apavorar outra participante. Quanto a mim, também não tinha almoçado, mas a minha onda estranha incluía uma certa aceitação de que em geral haveria pouca comida. Enfim, eu não estava preocupada com isso e sim em chegar ao final do curso. Chegamos às 16h e só fomos comer uma sopa de abóbora às 19h. Tinha gengibre e estava muito boa.

Recebemos algumas intruções e então iniciou-se o Nobre Silêncio. Éramos três no quarto e a terceira chegou atrasada, estava de carona num carro que quebrou na estrada. Ela chegou falando com a outra colega de quarto que ficou sem saber o que fazer. Não avisaram a ela que já havia começado o tão famoso silêncio mas de alguma forma se entenderam. Também no décimo dia isto foi motivo de zoação. Não percebi nada desta movimentação, já estava ambientada ou numa espécie de transe muito específico. Estava também ocupada me preparando para dormir logo pois sabia que teria que acordar às 4h o_0

Continue a acompanhar minha saga no Dia 01.

Foto: http://br.olhares.com/serra_de_miguel_pereira_foto2906793.html

2 comentários:

Anônimo disse...

hahaha! É incrível como passamos por situações muito semelhantes e sofremos com coisas específicas muito parecidas. Imagino que no Brasil essa coisa de colegas puxando papo deva ser ainda mais difícil de driblar!
Meu próximo Vipassana, semana que vem, vou cortar logo perguntando "Vem cá... Nós viemo aqui pra meditar ou pra conversar?"

Empresária neuróticA [DeSiGnEr] disse...

De fato estas situações semelhantes estão demais, tem coisas que nem comento pra não parecer cópia do seu diário :P Tem mais sobre colegas puxando papo no dia 10...

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