sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Yin X Yang



Ultimamente dei pra criar logos complexos, cheios de desenhos e detalhes. Daqueles que dá um trabalho do cão pra desenhar.

O problema é que os prazos continuam curtos, hostis para qualquer um que deseje passar horas e horas se distraindo com desenhos e firulas.

Nisso meu próximo projeto é uma revista de 112 páginas cheia de fotos e gráficos, ou seja, sai de baixo! O prazo é impublicável: pode ser usado contra mim!

Quando é que vou deixar essa coisa barroca de lado e voltar à boa e velha fase minimalista mesmo??!??

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Caos urbano I, II e III


As pessoas reclamam das mais variadas coisas que estão erradas no mundo, mas elas mesmas adoram uma confusão! É só colocarmos o pé pra fora de casa e estamos sujeitos a situações das mais surreais, e, às vezes, inacreditáveis...

Caos urbano I

Manhã, 8h30min: em plena Conde de Bonfim, uma espécie de avenida movimentadíssima na Tijuca, espero no ponto o ônibus para ir a um evento. Do outro lado da rua, uma mulher (na verdade uma perua que mudou de raça e deu uma de galinha espavorida) atravessa a rua fora da faixa de pedestres, em frente a um ponto de ônibus do lado oposto da rua, ao mesmo tempo em que acena para uma van genérica, que já estava de saída do ponto. A van pára no meio da rua, atravessada em diagonal, e assim ela pára todo o trânsito atrás, que fica a esperar a galinhola adentrar sua carruagem.

Caos urbano II

Tarde, 12h30min: saio para almoçar e atravesso uma rua de trânsito lento, porém intenso, que possui diversos quebra-molas. Antes de mim, a colega de trabalho havia atravessado a rua e quase sido atropelada por uma maluca que passou varada no quebra-molas. Quando termino de atravessar, sã e salva, ouço um barulho: paaffffff!!!!!!!!! Uma combi bate na traseira de um ônibus, a 50m do ponto do mesmo. O ônibus parou fora do ponto assim, subitamente, sem chances da pobre combi escapar. Felizmente ninguém se feriu e há um guarda municipal logo ao lado do acidente. Descobre-se que foi o guarda quem desceu do ônibus: o gordinho (o guarda...) havia pedido ao motorista que parasse antes de chegar ao ponto (não queria andar 50m). O gordinho sai correndo sem deixar pistas, só deixando confusão para trás. Um carro de polícia passa ao lado no exato momento em que o furdunço se forma e... passa reto! (e devagar, pois como sabem, todo motorista que vê uma confusão que está deixando o trânsito lento diminui a velocidade para dar uma boa espiada curiosa).

Caos urbano III

Tardinha, 16h30min: volto para casa num frescão, e perto de chegarmos o motorista resolve "cortar caminho". Assim, em vez de fazer um V ele estava fazendo um I, entrando numa ruazinha fora da rota original. Dessa forma deixou de passar (e talvez parar) num sinal de trânsito, o espertinho! Contudo, na hora de voltar para o caminho original, ficou preso na saída da rua-corta-caminho para a avenida. Montes de carros entravam em sua frente e a mágica ruazinha era na verdade muito estreita para que ele pudesse voltar ao caminho confortavelmente. Ficamos ali um bom tempo até que ele achasse uma brecha para voltarmos à rota original. Sim, um pequeno transtorno, mas ao menos agora todos sabemos porque o V e não o I é a rota designada para esta simpática linha de ônibus!

Ainda faltam a noite e a noitinha, e tenho que sair de casa novamente, uiiii.....

Foto:http://static.blogstorage.hi-pi.com/photos/riodejaneiro.spaceblog.com.br/images/gd/1216179270/REVITALIZACAO-DO-CENTRO-DO-RIO-GANHA-3-TORRES-DE-15-A-25-PAVIMENTOS.jpg

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Dia 07



Para companhar melhor esta série recomendo a leitura do Prólogo.

Creio que foi no discurso da noite anterior que falou-se sobre o Buda Gautama dormir pouquíssimo, tipo 1, 2 horas ou simplesmente não dormir. Todas as noites antes do último período de meditação ouvíamos a um discurso com temas variados relevantes à prática, além partes da história de vida do Sidhartha Gautama. Seria a parte teórica de tudo, mas que eles também não gostam de dar mais ênfase que o necessário, pois como bem dizem Vipassana não pode ser um jogo intelectual, o foco é na prática e na experiência de cada um, o que você conseguir aprender com a sua própria experiência serão os ensinamentos mais valiosos que terá com esta prática.

Bem, dizia o discurso que, ainda assim, quando dormia o Buda ficava consciente. Achei aquilo tão interessante, não tinha este conhecimento, e com a experiência que havia tido com a meditação até o momento achei que fazia bastante sentido. Nossa, pra quê fui me ligar nisso? Neste dia tive uma das noites "de sono" mais estranhas da minha vida! Eu não sabia se dormia ou se estava acordada, e em diversos, vários momentos da madrugada eu ficava me dizendo, assim, meio espantada, meio que para me informar para mim mesma, que eu estava dormindo mas que estava consciente, e que na verdade estava tudo ok. Bem, sabe Deus o que aconteceu com a minha mente naquela noite, mas a sensação que tive foi de que não dormi mesmo, vi a noite passar consciente, mas acordei normalmente, bem disposta e sem sono. Ah, ok, sem mais sono que o normal...

Bichos por toda a parte

Durante o curso devemos observar o Código de Disciplina e, dentro dele, seguir cinco preceitos: abster-se de matar qualquer ser; abster-se de roubar; abster-se de toda atividade sexual; abster-se de mentir; abster-se de todo tipo de intoxicantes. Acontece que a essa altura estava achando estranha e curiosa esta experiência de não matar. No começo é meio desesperador: imagine ver diversos mosquitos se aproximando e não fazer nada, dormir sabendo que tem vááários pousados na parede ao lado da sua cama só esperando o banquete cair no sono pra atacar (e sim, sou alérgica a picadas de mosquitos...). Mas por outro lado fiquei pensando no monte de insetos que eu já matei na minha vida inutilmente. É que "não podendo" matar nada você vê que muitos insetos chegam próximo a você mas logo em seguida vão embora, é só esperar um pouquinho ou se esquivar em vez de entrar em pânico e esmigalhar os bichinhos.

Outra coisa muito interessante sobre isso foi enfrentar o medo de certos bichos. Sempre tive verdadeiro horror a sapos - outro dia conto o trauma de infância... - mas depois de ter que pegar e soltar uma perereca (com o kit salve-insetos fornecido pela organização: um pote e uma bandejinha) percebi que os sapos pulam pra frente (vejam, depois de 10 dias sem falar num espaço físico restrito, alguns fatos aparentemente muito óbvios começam a soar como grandes revelações a respeito da verdade do mundo e das coisas). Ora, se pulam pra frente era só soltar a perereca com o seu focinho voltado para onde eu quisesse que ela pulasse (pra longe de mim, claro...). Batata! Fora isso a experiência me deu direções de como me movimentar perto de um sapo: simplesmente passar por trás dele. Isto foi comprovado e já experimentado em viagens posteriores.

Fuga??!?

Fora os momentos mágicos de revelações e contatos com grandes verdades universais, vez por outra eu me via com uma baita vontade de fugir. Assim, do nada, batia a maior vontade de largar tudo, pensava que estava numa furada, no meio de um bando de loucos, não precisava passar por nada daquilo, minha cama em casa era tão quentinha e macia, vai... Nessas horas era preciso disposição, força de vontade e uma certa dose de coragem para seguir em frente: não sabia aonde aquilo pretendia chegar, aonde eu ia parar, e, principalmente, SE eu ia chegar lá. Reunia então todas as forças e o tico de autoconfiança que ainda me restava e decidia continuar.

Era assim como em muitas situações na vida, quando nos deparamos com algo difícil e que requer esforço de nossa parte, por mais que estejamos imersos em algum tipo de caos mental achando que não há saída, na verdade quase sempre é muito fácil fugir, deixar para lá, abandonar e arrumar outra coisa mais interessante para fazer (e ali no retiro era só ligar pro taxista que me levou pro centro de meditação e que nos aconselhou a anotar seu telefone em caso de alguma emergência, ao mesmo tempo em que relatava diversos casos de desistência). Mas algumas dessas situações temos simplesmente que enfrentar e, o que é pior, às vezes sabemos que temos que enfrentar e exatamente o que fazer e a perspectiva de realizar este esforço não é nada animadora. No final, esses diversos ciclos vontade de fugir - parar - pensar - encarar o tranco - ficar me ajudaram a encarar, após o retiro, diversas dificuldades como parte de uma coisa maior, sorrindo (às vezes literalmente), quase aproveitando aquilo como parte importante do fácil-difícil-fácil-difícil... A algumas, a outras dificuldades ainda não... ;)

Estranhíssimo...

Imagine que por volta deste dia eu já estava sensível a diversas sutilezas, tanto na meditação (às sensações...) quanto no dia-a-dia, que me passavam despercebidas. Percebi, por exemplo, que eu penteava meu cabelo com muita força, sem necessidade. Passei a fazê-lo com mais delicadeza e o que antes, para mim, sem perceber, era um momento com uma certa tortura passava a ser um momento agradável.

Na meditação isso se refletia na percepção de muitas coisas. A respiração, por exemplo, às vezes era tão fina e tão pouca que parecia que eu nem estava respirando (o que às vezes me dava um certo medo). E outra experiência que tive me deixou super intrigada: eu tive uma sensação no peito do lado esquerdo, mas assim, não na superfície, mas por dentro, de uma "coisa" do tamanho de umas duas esponjas encharcadas de um líquido quente e consistentes que se movimentavam de forma ritimada juntamente com um leve som e pulsação no corpo inteiro. Enfm me toquei que era uma sensação de coração, mas assim, não o coração que estamos acostumados a perceber colocando o ouvido no peito de alguém e ouvindo tum-tum... Era um músculo, com movimentação - e som! - de uma espécie de esponja. Imagine tudo junto: forma, som, consistência, quente, movimento. Comecei a analisar aquilo então com esta perspectiva e a sensação se perdeu quase que imediatamente.

Fiquei super-hiper-bolada e na hora do almoço corri pra a entrevista com a professora pra perguntar se seria possível que fosse, de fato, o meu coraçãozinho, assim, numa mistura de medo e emoção. É que até aquele momento as instruções que recebíamos antes de meditar só falavam em sensações na superfície do corpo, imagine ver e sentir por dentro. A professora então ouviu atentamente ao meu relato e disse, impassível: "Sim, é possível que você sinta muitas sensações de todo o tipo, diferentes sensações, mas não dê importância a elas, o que importa é a sua equanimidade."

Claro, fazia muito sentido! Você percebe, assim, por auto observação, uma coisa que geralmente necessita de equipamentos de últimageração da medicina para ser mostrada e não deve dar a mínima, putz... Mas sim, sim: a prática é justamente consciência e equanimidade, as duas devem andar juntas ("como duas pontas da asa de uma águia, duas rodas de uma carroça..."). Uma mais que a outra, não há equilíbrio.

As sensações existem, e passam, não há porque ter aversão, não há porque ter apego. Compreendido isto no nível intelectual, o conselho da professora não surtiu grande efeito imediato, e eu só pensava/buscava as tais sensações inimagináveis, maravilhosas, mais e mais novas descobertas. Obviamente isso só me distanciava mais delas e da minha atitude relax que tanto havia me ajudado. De volta à confusão e conflitos mentais: uma parte busca as sensações a outra parte tenta convencer a primeira a deixar disso. E neste exato momento começava a rever o conceito de que "adoro minha própria companhia"...

Continue a acompanhar minha saga no Dia 08.

Foto bichos: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Insect_antennae_comparison.jpg
Outras fotos: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG80874-8055-503-1,00.html

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Nevou no meu caçador de sonhos!


Historinha curiosa... Vejam na imagem o caçador de sonhos pendurado ao lado da cama. Ele é feito de materiais naturais, sementes e variadas penas de pásaros. Pois o namorado ganhou um idêntico de presente, com uma ressalva: havia sido deixado em saco plástico por muito tempo antes de ser dado, e quando abriu estava todo... mofado!!! Iiiiiuuuuu...

Bem, fiquei com uma pena danada de jogar aquilo no lixo, era um trabalho artesanal, fiquei pensando em quem havia feito aquilo, na poluição ambiantal, enfim... Viagem aqui e ali resolvi dar uma chance à coisinha que então estava chechelenta e malcheirosa, e lavei o treco todo. Esfreguei bem, bem e bem com escova e sabão e deixei secando por uma eternidade. Mas agora havia um pequeno problema: muitas das penas haviam se degradado com o mofo, sobrando nadinha.

A solução era adquirir novas penas pra repor. Pensei então: por que não colocar penas branquinhas? (mania de branquinho...). E por fim, por que não pintá-lo todo de branquinho também? (a tinta spray está resolvendo diversos problemas na minha vida, relatos em outro post). Feito isto então, a tinta não aderiu por completo na madeira, mas vejam o resultado, que fofo! Acabei por fim trocando de caçador de sonhos com ele, e agora tenho um caçador de sonhos siberiano :)

Obs1: fotos tiradas de câmera fraquinha de celular, usem a imaginação e torçam para que eu adquira logo a câmera profissa.
Obs2: mais sobre caçador de sonhos na Casa Claridade.

Dia 06

Para acompanhar melhor esta série recomendo a leitura do Prólogo.

Com o assunto posição de meditação praticamente encerrado eu podia me "concentrar" em coisas mais relevantes, como..... a própria técnica e prática Vipassana! Com o corpo e mente mais tranquilos eu podia desenvolver melhor as instruções e passos da técnica e perceber sensações mais sutis. Uma coisa era certa: precisava praticar, praticar...

Sensações por toda a parte

Ao observar tudo, começava a perceber sensações inimagináveis, algumas indescritíveis. Como se eu estivesse num labirinto e a cada curva pudesse abrir um baú cheio de surpressas, louco mesmo. Acho que, em parte, por isso tive a certa experiência de infinito que comentei num post anterior: quanto mais explolrava mais podia perceber e sentir uma coisa muito profunda, como se não tivesse fim, e fosse mergulhando naquilo, ondas no mar, uma atrás da outra.

Daí pensei algo que naquele momento achei genial: bem, sendo assim, com tantas coisas maravilhosas a descobrir somente no limite de meu próprio corpo, imagine o quanto não há para ser (re)visto e sentido no mundo. Nunca mais iria reclamar que não "há nada para fazer". Há todo um mundo novo a ser descoberto, basta saber observar, uau! Bem, até aí em algum momento também tinha concluído que nunca mais iria me coçar ou espirrar e nem por isso deixer de voltar a fazer os dois...

Estava indo tão bem...

Como se já não tivesse pensamentos pipocando o suficiente, com a chuva e a impossibilidade das pequenas caminhadas no jardim comecei a achar que granola e arroz integral poderiam ser muito carboidrato para esta criaturinha que passava agora 10 horas por dia sentada. Sim, fazendo jus ao título de Empresária neuróticA fiquei preocupada em engordar (em meio a um retiro de meditação), e no almoço resolvi comer um saladão e soja, só. Péssima idéia, não estava nem perto da hora do lanche e minha barriga parecia ter um buraco, assim, um Grand Canyon. Chegada a hora do lanche eu fiquei mais desesperada que aliviada ao comer pois as duas frutas e o leite não deram nem para tapar o buraquinho do dente.

Idéia de jirico! Até então eu não tinha sentido fome. Mal sabia que era justamente porque estava bem, a quantidade de comida era o suficiente e de alguma forma eu estava em equilíbrio neste aspecto. Lembrei do atendimento (sim, ele mesmo, o bicho sumido deste site) que insistiu para que eu levasse comida escondida, se soubesse do apuro em que me meti naquele dia ia rolar de rir, a malvadinha... Tudo o que eu queria era ter levado a tal comida emergencial.

Bicho-grilo

Em meio ao caos (mental, porque se perceberem a rotina não mudava muito...), quando a chuva dava trégua eu danava a "caminhar". Como a trégua era pouca ou nenhuma às vezes caminhava na chuva fina mesmo. E foi numa das minhas "caminhadas" que tive a certeza íntima de que havia desenvolvido um novo koan. Eu passava ao lado de um matagal com umas florzinhas roxas e todo dia, no mesmo horário e mesmo local ouvia um grilo cantar. E então comecei a viajar na maionese pensar: "é o grilo que faz barulho ou a folha?" Durante alguns dias fiquei pensando nessa frase, achava genial e geralmente chegava à conclusão de que era a folha mesmo.

Continue a acompanhar minha saga no Dia 07.

Foto buda: http://www.treklens.com/gallery/South_America/Brazil/Southeast/photo293724.htm
Foto flor: http://www.casadacultura.org/br/tem_nac/plant_br/arb_trep_erv/az/flord_mato/Flor_do_Mato-RJ_grd.jpg

Renovando as energias...


A designer prendada anda aprontando horrores. Um dos pequenos projeto de decoração recentes foi repaginar o banco da prancheta que tenho aqui e uma cadeira que angariei para ficar de apoio no quarto. A condição do forro antigo da cadeira você pode conferir aí ao lado. Uma chechelentisse só. Pois eu tinha por aqui um tecido próprio para forro de sofá e cadeiras nos exatos tons da decoração do quarto, verde e laranja. O pano rolava há meses em cima da prancheta ou da cadeira e resolvi por a mão na massa.

Nessa onda aproveitei e costurei à mão mesmo (graaaaaande preguiça de armar a máquina de costura...) um novo forro pro banco da prancheta, o antigo não estava velho mas não combinava em nada com o quarto, me incomodava bastante... Voilà o resultado! Quanta alegria! E o melhor de tudo: $0,00!

Não registrei o passo-a-passo da cadeira (já precisei unir muitas forças pra trocar o forro, imaginem registrar todo o processo), desculpem-me os bricoleiros de plantão. Mas este faça-você-mesmo é relativamente simples, só requer um pouco de paiciência, dedicação, disposição, habilidade manual mínima... :) A parte de baixo desta cadeira é presa por quatro parafusos, foi só desaparafusar e retirar o assento para então trocar o forro retirando as tachinhas que o prendiam e pregando o novo. A cadeira eu catei há anos e anos atrás no lixo do prédio (o mesmo que me presenteou com este móvel fofo aqui), a madeira estava em perfeito estado e na época troquei a espuma e o forro por aquele azul carcomido da foto lá de cima. Não sei como alguém joga uma cadeira assim no lixo, afe! O design dela é bem básico, assim, bonito e clássico, combina com tudo, e o forro/espuma é facinho de trocar. Vai entender...

Converse com seu gato

Prepare-se para um post lunático, pois aqui recomendo, sim: converse com seu gato! Calma, não estou aqui para defender o velho "os bichos entendem...". Não acredito que os animais de fato entendam palavra por palavra do que estamos falando, oras. Mas digo, por experiência, que é possível estabelecer uma comunicação razoável com os bichanos (tem gente que até treina gatos, mas haja paciência, já tentei e é o cão!). Então, voltando à realidade de pessoas ocupadas sem muito tempo para se dedicar a uma complexa comunicação com seus companheiros felinos, o que vejo é que eles se "acostumam" com sua voz e tom de voz, e reagem a isso.

"Ok, posso falar com os bichanos, mas já que eles não me entendem, o QUE falar?" Bem, aí entra a parte lunática. Fale o que der na telha, mas fale. Saca Shirley Valentine? A doidinha falava com as paredes, bem, então você tá mais que no lucro, ao menos fala com um ser vivo! Então, não se acanhe, querida leitora, solte o verbo!

Jura?!?!?!?

Horus era um gato anti-social. Apesar de ser o filhote da casa (e portanto muito cute-cute e solcitado) ele vivia fugindo e não dava a menor bola pra ninguém. Pois sua mamãe, a Mel, sempre vinha me "cumprimentar" toda afável e às vezes soltava um miado, ao que eu respondia com um afago e um "Bom dia", ou "Oieeee...". Nisso a Memé (Mel) respondia de volta, se esfregava mais ainda e eu respondia novamente. Às vezes conversávamos por horas, quase sempre terminando com ela se jogando no chão e colocando sua (enorme) barriga para cima.

Pois bem, Loluxo (Horus) sempre assistiu à cena com a maior cara de tacho, e como sempre fica com inveja de tudo o que a Mel faz, começou a se meter na conversa. Eu dei a maior corda, comecei a conversar com ele também e hoje posso dizer: o bichinho me a-m-a! Quando chego perto ele dá logo um pinote e vem falar comigo, miando e tagarelando. A coisa evoluiu tanto que ele quando quer falar comigo chega discretamente e me toca com a patinha, assim, na maior educação.

Resultados

Atualmente tanto Mel quanto Horus atendem a uma série de chamados, seja para sair de algum lugar, para entrar em algum lugar, para deitar/sentar em algum lugar. Isso quando não estão de mau humor, claro, mas é raro não ouvirem e também não queremos que deixem de agir como gatos de vez em quando :)

Como???????

Básico: use um tom de voz feliz e agudo sempre que o bichinho fizer o que você pede (diga parabéééééns, muito beeeeemmm...) e faça muito carinho e chamego no bichinho. Quando ele fizer alguma malvadeza ou travessura repreenda-o com tom de voz grave (diga ai,ai,ai, feeeiiiooooo, biiichu malvaaaaaduuuuu...) e JAMAIS o afague ou dê abracinhos nessa hora. O bichinho vai associar geral, demora um pouco mas é moleza, acredite.

Efeitos colaterais

Além de acharem que você é doidinho de pedra, pode haver ocorrência de palavras e nomes novos (e bastante estranhos...). Por aqui, de tanta tagarelice nosso querido Horus agora tem uns 93828402 nomes, segundo a evolução: Horus, Horuxinho, Loluxinho, Loluxo, Luxo, Luxinho, Xuxuco, Xuco, Xuquinho, Xuxuquinho e o mais recente, Quinho (??!?!!?!?!).

A revolta dos batons

Aproveitando a chuva e a fuga do trabalho, hoje resolvi quebrar tudo terminar um monte de coisas que deixei pela metade, o que inclui diversos posts deste blog. Deixar coisas pela metade é um comportamento recorrente desta designer, que luta contra isso mas nem sempre com sucesso. Só para ilustrar, tomemos como exemplo um clássico para as mulheres: cosméticos pela metade. Eles se proliferam e quando nos damos conta já perdemos o controle da situação. No momento tenho pela metade*:

- 3 bases, 2 corretivos, 3 pós faciais e 2 blushs
- 4 hidratantes e 3 filtros solares
- 4 máscaras para olhos
(nota: raramente uso máscara nos olhos...)
- 7 glosssssss e 4 batons
- 3 shampoos e 4 condicionadores de cabelos
- 4 produtos finalizadores para cabelos

* achei melhor não contabilizar as sombras para olhos o resultado certamente seria assustador...

Ufa! Sonho com o dia em que poderei viver com um de cada, quem sabe, simplificar, simplificar... Essas coisas pela metade empacam geral (estou evitando falar do chi...), e nem sempre podemos nos livrar delas tão facilmente quanto jogar batons vencidos no lixo. Aguardem então até o final do dia o acerto de contas e publicação de diversos posts.
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