Para acompanhar melhor esta série recomendo a leitura do Prólogo.
E chega o dia mágico em que podemos, enfim, falar. Este é o último dia na rotina do curso, que encerra na manhã do dia 11 com uma meditação e discurso finais. Em meio à expectativa, após a meditação da manhã, depois da qual termina o Nobre Silêncio, um colega solta um berro no meio da sala de meditação: "Então agora já pode falar??!?!?". Gargalhadas gerais, a professora diz calmamente e bem baixinho que somente fora da sala de meditação. De agora em diante pede-se manter silêncio dentro da sala e em seus arredores. Muito necessário, pois uma gigante euforia toma conta da galera depois que a fala é liberada, e começamos a perceber já na troca de impressões sobre o curso que começa a rolar solta. É então que vemos que muito do que passamos no curso os colegas também passaram: desde estranhamentos, alegrias, decepções, medos até as divertidas e muitas vezes assustadoras aventuras com os insetos. De muitas delas, inclusive, você gostaria de nunca ter tomado conhecimento.
Outra coisa interessante é saber o outro lado de alguns eventos sobre os quais tivemos somente a nossa visão e versão. Algumas coisas que para nós foram acontecimentos bobos, para outros colegas foi um drama pior que de novela mexicana, o que também é um aprendizado. Em princípio não dá mesmo vontade de voltar a falar e você fica com um pouco de horror da troca, e principalmente dos mais falantes. Mas aos poucos dá para ver a importância daquele momento "intermediário" antes de voltar à rotina e ter uma visão mais ampla das conversas em geral.
Também observava como era necessário ter cuidado ao falar e ouvir naquela hora. Você fica chocado com as coisas que algumas pessoas falam (imagine se vai direto pro mundo lá fora...), e percebi que algumas pessoas estavam particularmente sensíveis ao que era dito sobre elas. Rolavam umas cíticas a reações que as pessoas haviam tido em alguns eventos, rolavam trocas de impressões sobre eventos ocorridos com terceiros. Enfim, cada um passa por uma coisa meio épica muito própria durante o curso, e não dá pra esperar que todos tenham saído exatamente "purificados" da aventura, é preciso respeitar absolutamente tudo.
Outro tipo de meditação?!?!?
Neste dia nos é ensinado a praticar Metta-Bhavana, outro tipo de meditação onde tiramos o foco de nós mesmos e praticamos pensamentos de amor e compaixão pelo próximo. Pense em tornar-se um grande ponto de luz que emana boas vibrações para todos. Sim, é possível. Primeiro temos que fazer uma análise e nos certificarmos de que naquele momento não estamos cultivando nenhum sentimento de raiva, aversão, e então passamos a focar na felicidade de todos os seres. É como se toda a sua evolução na técnica o levasse a isso. Comecei a imaginar e a experimentar como era possível aplicar esta incrível mudança em cada momento da vida, em vez de gerar mais sofrimento, gerar somente boas vibrações. Foi uma seção muito especial para mim pois era a culminância de tudo o que havia passado e pensado durante o curso, e parecia muito natural que o objetivo fosse este: sair do foco de mim mesma e compartilhar as coisas boas. Não há como descrever como o universo inteiro (ou ao menos o seu e/ou sua idéia de universo) de repente faz sentido, não há palavras e mesmo com as limitadas que temos seriam muitas.
Zzzzzzzzzzzzzzzz....
Ok, para não ficar muito viajante posso dar dois exemplos. Pensei em minha relação com a prática do karatê, no propósito em se praticar o karatê (uma questãozinha chata e constante, que assombra, vai e volta...), e que não havia muito sentido em praticar e desenvolver muito a sua técnica e não partilhar (seja trocando idéias com os colegas, seja dando aulas). Imagine se todos os grandes mestres que tornaram possível que hoje tenhamos acesso a esta maravilhosa prática tivessem praticado e guardado sua evolução para si (e tenho certeza de que alguns o fizeram). Imagine que você tivesse a jóia mais linda e preciosa do mundo e que ninguém a visse ou pudesse também admirar, o que seria ela? Outro: pensei em como me relaciono com as questões de sucesso financeiro. Posso trabalhar exaustivamente num projeto para seu sucesso e me esquecer de cobrar por ele, foco no objetivo de sucesso do projeto, e tenho dificuldades de querer ganhar dinheiro somente por dinheiro. Mas comecei a ver o processo como um todo, e como que o sucesso profissional e financeiro também é um meio de ajudar aos outros, tanto o seu projeto pode ajudar aos usuários quanto o seu sucesso financeiro pode ser uma forma de poder ajudar alguém. Enfim, todas as coisas ganhavam muito mais sentido quando tirava o foco de mim mesma e via tudo como parte de um grande processo que, sim, envolvia outras pessoas e seres e coisas - necessariamente.
De volta ao falatório, ou ordem na cozinha!!!
Por sorte minhas colegas de quarto eram mais que simpáticas, e na hora de dormir, a quietude habitual deu lugar a uma conversa interminável, haja assunto! Ouvíamos muita conversa nos outros quartos também, até que a gerente bateu em nossa porta pedido que diminuíssemos a conversa pois havia gente querendo dormir, bizarro! Conversamos mais um pouco e achamos por bem irmos nanar... Fui dormir com um zumbido pulsante no ouvido (depois de 10 dias nesta prática eu havia ficado muito sensível às sensações e barulhos do corpo, o zumbido pulsante parecia bumbo de escola de samba). Concluí que era o eco de toda a tagarelice do dia e fiquei bolada em como os (milhares de) barulhos que escutamos a cada dia nos afetam e ficam mais registrados e latentes do que pensamos. Credo!
Foto 1 - sala de meditação: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi169krRtYzvEFjltvNliRP-_6DrAm31xIaP70-ZyEUd0dhVTvckfdzQDorXar9oHfd3hstFpP2474tA-Tz-EJMsb3sY_kB8ae7FGIiRL15n93A1kP6UpWAImeHZWX0ErvtSOWH4yuGf7Q/s400/santi.jpg
terça-feira, 11 de maio de 2010
Dia 09
Para acompanhar melhor esta série recomendo a leitura do Prólogo.
Com a série de acontecimentos surreais dos dias anteriores, confusões mentais, visões bizarras em meio a uma grande vontade de fugir comecei a não dar tanta importância às distrações, extendendo o conselho que a professora havia me dado em relação a sentir sensações curiosas pelo corpo a outras sensações e pensamentos e... surpresa! Era exatamente o que precisava para dar continuidade aos trabalhos, consegui desencanar geral, e assim ficava um pouco mais fácil trabalhar as instruções do dia. Às vezes queremos tanto fazer determinada coisa e sabemos que ela irá exigir muito esforço de nossa parte, mas nem sempre dar 100% de nós mesmos naquilo significará que iremos conseguir (nem mesmo fazer a nossa parte). Pode ser que estejamos nos apegando demais à própria coisa, que em si pode não ser o que importa mais no processo todo. O Tao diz: "Faça seu trabalho e afaste-se.".
Continuando...
Achei as instruções dos últimos dias um pouco corridas, fiquei com a sensação de que eram muitas instruções novas a cada pedíodo de meditação e que não havia tempo o suficiente para praticá-las antes de passar à próxima etapa. No geral tinha a sensação de que estava avançando, mas que também havia experimentado algumas coisas antes do que haviam pedido para praticarmos, ou seja, antecipado algumas etapas. Ficou tudo meio misturado, mas estava, em geral, back on track e, na maior parte do tempo, com uma grande sensação de aqui-agora. Consciência e equanimidade, os dois pilares da prática Vipassana. Ao menos a consciência estava aflorada!
Até mesmo porque...
No discurso da noite anterior é dito que somente temos mais um dia para trabalhar a técnica seriamente, pois no dia 10 termina o Nobre Silêncio, e podemos nos comunicar com os colegas, e a comunicação, após 9 dias sem falar, afeta a concentração da mente. Em alguns dias do curso eu ficava pensando numa interação que havia ocorrido com alguma colega por gestos, por necessidade ou acaso, como ocorria em ataques de insetos ou bichos nos quartos. Para se ter idéia em determinado dia minha mala virou um ninho de formigas, dois dias depois de eu ter eliminado o ninho ele apareceu na mala de uma das colegas do quarto. No primeiro evento a gerente me ajudou, no segundo eu estava presente e fiquei sem saber como ajudar com o mínimo de interação até que a gerente apareceu para socorrer. Por mais que aqueles pequenos acontecimentos não tivessem nada a ver com o que eu estava fazendo ali, meditando e aprendendo a técnica, eu ficava remoendo aquilo. Imagine o que não faria a interação pela fala. Nossa mente se atém a coisas estranhas e a coisas em que não queremos pensar.
Nestes últimos dias começava a bater uma saudade da vida lá fora, mas fica o conflito com a vontade de ficar e aproveitar ao máximo o pouco tempo que resta de curso. A saudade se misturava a uma grande expectativa de como seria a volta à rotina. Será que iria mudar muita coisa? Minha personalidade iria mudar muito? Iria ficar, enfim, muda para sempre??!?! Ao mesmo tempo ficava fazendo mil planos de como iria meditar umas 9842737 horas por dia e avançar na técnica (acho que todos os psicóticos-perfeccionistas-que-querem-ser-os-melhores-em-tudo-o-que-fazem como eu também planejavam algo do gênero...).
Eco o quê?
Além disso, nos últimos dias também começava a bater um certo desespero com os barulhos da natureza. Algumas pessoas têm uma idéia de que "ir para o meio do mato" é silencioso, quieto, uma volta às raízes, harmonia total. Bem, fique sem falar, sem música ou televisão ou qualquer outro barulho que não seja a natureza. Você irá descobrir que em um pequeno espaço (de mato) há muito mais grillos, sapos, pássaros e outros bichos não identificados - e por isso bem assustadores - do que você imagina. Em cada momento do dia há uma série de espécies que se manifestam, e quando um bando se acalma começa o outro. Os pássaros do entardecer finalmente se aquietaram? Não se empolgue muito, hora de entrar em cena oooss, ooossssss.... sapoooooss!!!!! É quase enlouquecedor, você fica querendo que haja um botãozinho para desligar o barulho, o botãozinho de "pause" da natureza, mas ela estará lá, sempre, e nossa, como ela é abundante!!! Enfim, um tempero extra no desafio de concentrar (ou desconcentrar?) a mente e praticar Vipassana.
Continue a acompanhar minha saga no Dia 10.
Fotos: moi
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quarta-feira, 5 de maio de 2010
Ovos com espinafre é uma ova!
Para que eu não fique repetitiva e que a leitora entenda melhor este post, recomendo a prévia leitura destes dois:
De volta à malvadinha...
Acheeeeiii!!!! Substituto vegetariano para o carpaccio de carne! Será??!?!?
A refeição da vez é:: "2 ovos cozidos e espinafre à vontade". Nada animador para o almoço do seu primeiro dia de dieta...
A substituição:: 2 ovos mexidos com cebolinha e salsa, brócolis com molho de gergelim, gengibre, azeite e shoyu light.
A receita: Para os ovos mexidos, refogue com 2 cl chá de óleo 3 talos de cebolinha finamente picados e um pouco de pimenta-do-reino moída na hora. Utilize o talo inteiro, incluindo a parte branca, retire somente as raízes. Quando a cebolinha ficar transparente adicione os dois ovos, um pouco de sal e vá mexendo somente as claras em fogo médio. Quando as claras estiverem quase duras estoure as gemas e mexa mais. Procure não esfarelar muito o ovo para que tenha pedaços médios inteiros, dando o ponto que preferir (prefiro que não fiquem muito passados). Sirva com salsinha picada finamente (cerca de 2 cl chá).
Para o brócolis, pique um brócolis americano pequeno em pedaços médios. Ferva água em uma panela média com um pouco de sal e coloque o brócolis somente após ter levantado fervura. Mexa de vez em quando, espetando o brócolis até que fique al dente. Retire da panela, escorra e coloque o brócolis num recipiente com água gelada (deve conter gelo mesmo). Mexa por um minuto, escorra novamente e pique agora o brócolis americano em pedaços do tamanho de uma mordida.
Para o molho do brócolis torre 2 cl chá de gergelim e macere um pouco, não triture muito pois pode virar uma pasta. Junte 1 cl sopa de shoyu light, 1 cl de sopa de azeite extra virgem, 1 pedacinho de gengibre ralado. Mexa bem até incorporar tudo.
Obs 1.: usei este mesmo molho com vagens cozidas e salpiquei cebolinha fresca picada, ficou ótimo também...
Obs 2.: Lembrar de usar menos salsinha no ovo e picar mais pequenina :)
De volta à malvadinha...
Acheeeeiii!!!! Substituto vegetariano para o carpaccio de carne! Será??!?!?
A refeição da vez é:: "2 ovos cozidos e espinafre à vontade". Nada animador para o almoço do seu primeiro dia de dieta...
A substituição:: 2 ovos mexidos com cebolinha e salsa, brócolis com molho de gergelim, gengibre, azeite e shoyu light.
A receita: Para os ovos mexidos, refogue com 2 cl chá de óleo 3 talos de cebolinha finamente picados e um pouco de pimenta-do-reino moída na hora. Utilize o talo inteiro, incluindo a parte branca, retire somente as raízes. Quando a cebolinha ficar transparente adicione os dois ovos, um pouco de sal e vá mexendo somente as claras em fogo médio. Quando as claras estiverem quase duras estoure as gemas e mexa mais. Procure não esfarelar muito o ovo para que tenha pedaços médios inteiros, dando o ponto que preferir (prefiro que não fiquem muito passados). Sirva com salsinha picada finamente (cerca de 2 cl chá).
Para o brócolis, pique um brócolis americano pequeno em pedaços médios. Ferva água em uma panela média com um pouco de sal e coloque o brócolis somente após ter levantado fervura. Mexa de vez em quando, espetando o brócolis até que fique al dente. Retire da panela, escorra e coloque o brócolis num recipiente com água gelada (deve conter gelo mesmo). Mexa por um minuto, escorra novamente e pique agora o brócolis americano em pedaços do tamanho de uma mordida.
Para o molho do brócolis torre 2 cl chá de gergelim e macere um pouco, não triture muito pois pode virar uma pasta. Junte 1 cl sopa de shoyu light, 1 cl de sopa de azeite extra virgem, 1 pedacinho de gengibre ralado. Mexa bem até incorporar tudo.
Obs 1.: usei este mesmo molho com vagens cozidas e salpiquei cebolinha fresca picada, ficou ótimo também...
Obs 2.: Lembrar de usar menos salsinha no ovo e picar mais pequenina :)
terça-feira, 4 de maio de 2010
Acheeeeiii!!!! Substituto vegetariano para o carpaccio de carne! Será??!?!?
Definitivamente esta experiência com a dieta da USP está rendendo boas receitas (estou emendada na segunda semana...). Como já postei aqui, em vez de resmungar com os mais que restritos ingredientes estou procurando inventar novas formas de prepará-los. Estou também aproveitando a surreal disposição para cozinhar que estou tendo nas últimas semanas, claro...
Eis que no dia em que há beterraba no cardápio lembrei que já tinha ouvido falar em carpaccio de beterraba. Com alguma preguiça de procurar receitas na internet resolvi temperar exatamente como o de carne e... não é que ficou bom?
Carpaccio de beterraba
Corte a beterraba em rodelas finas, em um ralador. Cozinhe em fogo médio: coloque pouca água, somente até cobrir as rodelas e desligue quando a água secar quase totalmente, provando para ver se ficaram macias.
Disponha algumas rodelas de beterraba em um prato e tempere com limão, sal, pimenta-do-reino moída na hora, parmesão, alcaparras e azeite. Tempere nesta mesma ordem a gosto mas cuide para não colocar muito limão, somente o suficiente para algumas gotas em cada rodela.
Obs 1: Minha nutricionista já condenou a quantidade (animal) de parmesão que aparece na foto, tenho que me esforçar para colocar pouco pois adoro :P A boa notícia é que ela aprovou o prato e achou muito saboroso :)
Obs 2: Ok, no dia da beterraba não tem parmesão ou alcaparras, mas acho que incrementar um pouco, especialmente no dia da beterraba que é especialmente sem graça, ajuda a ter motivação pra continuar. É só ter em mente coisas do tipo colocar pouco parmesão e não inventar de comer beterraba com bolo de chocolate :)
Obs 3: Posteriormente achei algumas receitas interessantes de carpaccio de beterraba na web, caso venha a testar alguma posto por aqui.
Eis que no dia em que há beterraba no cardápio lembrei que já tinha ouvido falar em carpaccio de beterraba. Com alguma preguiça de procurar receitas na internet resolvi temperar exatamente como o de carne e... não é que ficou bom?
Carpaccio de beterraba
Corte a beterraba em rodelas finas, em um ralador. Cozinhe em fogo médio: coloque pouca água, somente até cobrir as rodelas e desligue quando a água secar quase totalmente, provando para ver se ficaram macias.
Disponha algumas rodelas de beterraba em um prato e tempere com limão, sal, pimenta-do-reino moída na hora, parmesão, alcaparras e azeite. Tempere nesta mesma ordem a gosto mas cuide para não colocar muito limão, somente o suficiente para algumas gotas em cada rodela.
Obs 1: Minha nutricionista já condenou a quantidade (animal) de parmesão que aparece na foto, tenho que me esforçar para colocar pouco pois adoro :P A boa notícia é que ela aprovou o prato e achou muito saboroso :)
Obs 2: Ok, no dia da beterraba não tem parmesão ou alcaparras, mas acho que incrementar um pouco, especialmente no dia da beterraba que é especialmente sem graça, ajuda a ter motivação pra continuar. É só ter em mente coisas do tipo colocar pouco parmesão e não inventar de comer beterraba com bolo de chocolate :)
Obs 3: Posteriormente achei algumas receitas interessantes de carpaccio de beterraba na web, caso venha a testar alguma posto por aqui.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
As cinco reflexões zen sobre a comida
Adorei estas cinco reflexões sobre a comida, identifiquei-me totalmente pois algumas eu já fazia, então ficam agora organizadas e documentadas :)
1 - Reflito sobre o trabalho que trouxe essa comida perante mim; permita ver de onde vem essa comida.
2 - Reflito sobre minhas imperfeições, e se mereço essa oferenda de comida.
3 - Permita que eu mantenha minha mente livre de preferências e da gula.
4 - Aceito essa comida como um remédio eficaz para manter meu corpo com boa saúde.
5 - Aceito essa comida para que eu possa executar minha tarefa de esclarecimento.
É importante pensarmos na origem da nossa comida, algumas ações simples como preferir fornecedores locais têm impacto positivo para o ambiente. É bom também ficarmos atentos ao que estamos ingerindo e seus efeitos no organismo, pensando na comida como remédio.
As reflexões vi no livro "Mulheres japonesas não envelhecem nem engordam"
(Ed. Rocco), que, apesar do apelo auto-ajuda básico, é bem interessante pois traz receitas da culinária tradicional japonesa (nada dos rolls fritos que se popularizaram no ocidente), além de dar uma pincelada na história da comida no Japão e da relação de seu povo com essa comida. "O zen na cozinha" da foto não li, está na wishlist e se alguém leu pode deixar aqui sua recomendação ou não-recomendação!
1 - Reflito sobre o trabalho que trouxe essa comida perante mim; permita ver de onde vem essa comida.
2 - Reflito sobre minhas imperfeições, e se mereço essa oferenda de comida.
3 - Permita que eu mantenha minha mente livre de preferências e da gula.
4 - Aceito essa comida como um remédio eficaz para manter meu corpo com boa saúde.
5 - Aceito essa comida para que eu possa executar minha tarefa de esclarecimento.
É importante pensarmos na origem da nossa comida, algumas ações simples como preferir fornecedores locais têm impacto positivo para o ambiente. É bom também ficarmos atentos ao que estamos ingerindo e seus efeitos no organismo, pensando na comida como remédio.
As reflexões vi no livro "Mulheres japonesas não envelhecem nem engordam"
(Ed. Rocco), que, apesar do apelo auto-ajuda básico, é bem interessante pois traz receitas da culinária tradicional japonesa (nada dos rolls fritos que se popularizaram no ocidente), além de dar uma pincelada na história da comida no Japão e da relação de seu povo com essa comida. "O zen na cozinha" da foto não li, está na wishlist e se alguém leu pode deixar aqui sua recomendação ou não-recomendação!
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quinta-feira, 15 de abril de 2010
De volta à malvadinha...
Desde segunda-feira esta empresária está mau-humorada, ranzinza, ranhenta, malcriada e.... de dieta!
Pois nem tudo é fome nestes tempos difíceis. Depois de fazer umas 9948732827 vezes o raio da dieta da USP, velha conhecida dos que acompanham este blog, comecei a (tentar) dar uma de chef e encarar cada refeição com elementos pré-estabelecidos como um novo desafio culinário em que devo inventar um prato diferente com os poucos ingredientes permitidos.
Isto proporcionou alguns episódios tristes, como no primeiro dia em que temperando os dois ovos derramei muita páprica e sem tempo ou disposição de refazer todo o processo tive que comer os pobres intragáveis.
Outros episódios foram mais felizes, como este aqui. Inspirada pelo relato de minha mãe que em determinada festa degustou uma salada de frutas em que os ingredientes eram cortados em cubinhos microscópicos, resolvi testar a técnica no dia 2 da dieta. Almoço: um bife, salada verde e frutas à vontade. Vejam como ficaram meu abacaxi, melão e blueberries. A dieta pode ser menos infeliz se você empenhar um mínimo de dedicação e se mimar um pouco :)
Pois nem tudo é fome nestes tempos difíceis. Depois de fazer umas 9948732827 vezes o raio da dieta da USP, velha conhecida dos que acompanham este blog, comecei a (tentar) dar uma de chef e encarar cada refeição com elementos pré-estabelecidos como um novo desafio culinário em que devo inventar um prato diferente com os poucos ingredientes permitidos.
Isto proporcionou alguns episódios tristes, como no primeiro dia em que temperando os dois ovos derramei muita páprica e sem tempo ou disposição de refazer todo o processo tive que comer os pobres intragáveis.
Outros episódios foram mais felizes, como este aqui. Inspirada pelo relato de minha mãe que em determinada festa degustou uma salada de frutas em que os ingredientes eram cortados em cubinhos microscópicos, resolvi testar a técnica no dia 2 da dieta. Almoço: um bife, salada verde e frutas à vontade. Vejam como ficaram meu abacaxi, melão e blueberries. A dieta pode ser menos infeliz se você empenhar um mínimo de dedicação e se mimar um pouco :)
domingo, 11 de abril de 2010
A gente é pobre, mas é limpinho.
Muitas vezes queremos fazer coisas legais e românticas, mas não temos fluxo de caixa para tal (empresário não fica sem dinheiro, fica sem fluxo de caixa). Tomados de uma imensa vontade de comer os maravilhosos crepes de trigo sarraceno do Le Blè Noir (R. Xavier da Silveira, 19, Copacabana), quebramos o cofrinho e verificamos que a maré não estava para crepe. Quanta decepção!
Bem, sempre digo que dois fatores são as forças que movem a humanidade:
1) A preguiça. Muitos gênios tiveram idéias brilhantes a partir da certeza de que há um jeito mais fácil, rápido e indolor de realizar uma determinada tarefa ou de solucionar um problema.
2) As contas. Elas são implacáveis, e a única coisa com que se pode contar nesta vida. O mundo pode estar acabando, um terremoto acontecendo, o King Kong destruindo sua cidade, mas elas estarão lá te esperando, implacavelmente, na caixa de correio.
Como criaturas que têm contas a pagar, e que são deveras preguiçosas, ficamos imaginando um jeito de comer os crepes sem ter que ir até o restaurante, nem gastar uma fortuna. Em dez minutos, solução encontrada. Tempo total dispensado (entre supemercado, preparo, degustação, etc.): 1 hora e pouco.
Ingredientes:
massa pré-pronta de panqueca
amêndoas já fatiadas (torradas no forno ou na panela com manteiga, sal e pimenta - cuidado para não queimá-las)
1 queijo brie
manteiga para untar uma frigideira anti-aderante e fritar as amêndoas
sorvete (chocolate ou leite)
1 pote de nutella
mel
sal marinho
Massa básica do crepe fake
Unte a frigideira e a deixe bem aquecida. No fogo algo, coloque a massa de panqueca. e preste bastante atenção: quando ela começar a ficar crocante, vire-a, coloque o recheio e dobre ao meio (a massa, claro). Deixe dourar bem os dois lados, de forma que a massa fique crocante e o recheio, derretido.
Crepe de brie, mel e amêndoas torradas
Recheie o crepe com 1/3 do brie e uma pitada de sal marinho. Ao retirá-lo, pincele mel na parte superior e salpique as amêndoas. Um vinho tinto acompanha bem.
Crepe de nutella, amêndoas torradas e sorvete
Recheie o crepe com 1 colher de sobremesa de nutella. Já no prato, coloque sobre ele o sorvete e as amêndoas.
Na creperia, o recheio é de morangos com nutella, mas não achamos morangos, então...
OBS - As massas são discos pequenos, por isso, o crepe é individual. Ah, e descobri, para minha grande glória, que dá pra fazer no grill George Foreman (tenho mania!).
Foto: http://www.fecomercio-rj.org.br/publique/media/cnxambiente-gente-Le-Ble-Noir.jpg
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